segunda-feira, 18 de junho de 2012

Viver o sonho dos outros


Minha formação (psicanalista) me deu permitiu ver a vida por um outro prisma, talvez um pouco diferente das demais pessoas, pois a minha noção de realidade é bem realista e até quem sabe "dura demais", porém entendo que é verdadeira.

Vejo que atualmente nós vivemos sonhos alheios e por esta razão "perdemos" os nossos sonhos, que até me certos momento nos perguntamos "quem sou eu"?
Pois, somos literalmente "massacrados" pela corrente do consumismo, onde o TER vale muito mais do que o SER, bem amigos, mas se não sabemos muitas vezes que SOMOS, talvez seja mais fácil TERMOS (no sentido de possuir bens materiais).
O tal "massacre do consumismo" nos "cega" e faz com que compremos e compremos para suprir nossas "falsas necessidades", dias atrás participei de um evento onde um dos palestras ex-Diretor de Marketing de uma grande empresa brasileira nos informou que no Brasil uma criança / jovem de 15 anos de idade já teve mais do que 8 aparelhos de telefone celular (média das classes média e alta).
Ao consumir nos consumimos, e atrelamos a nossa "felicidade" ao acumulo de bens matérias, por questão de "status social", e isto não pode ser encarado como algo positivo, pois a felicidade não esta em possuir, pois o dinheiro nos proporciona muitas coisas como: lazer, viagens, roupas, carros, imóveis, etc... Mas ele não compra saúde, paz, felicidade entre outras coisas que são demasiadamente importantes.
Dinheiro é bom e precisamos dele para poder sobreviver, mas não é só dele que vive o homem, somos muitos mais do que isso e precisamos encontrar o equilíbrio interior e exterior.
Somos "massacrados" através das novelas e propagandas que nos "iludem" e até mesmo nos "condicionam" a consumir, para que assim sejamos felizes e aceitos.
Talvez estejamos nos esquecendo que nossa "estada" na terra é curta e diria que "grossa", pois a nossa única certeza absoluta é que um dia moreremos, ou seja, deixaremos esta terra que hoje vivemos.
E o que deixaremos e o que levaremos daqui?
Nos preocupamos em acumular e acumular e muitas vezes deixamos de viver os nossos momentos, nos afastamos de nossas famílias, de nossos amigos, ou melhor nos tornamos individualista e almejamos alcançar os nossos objetivos profissionais e financeiros, e esquecemos daquilo que conhecemos como qualidade de vida e equilíbrio.
Um de meus maiores exemplos de Perseverança e Persistência, que infelizmente não encontra-se mais entre nós me disse um dia aos 68 anos de idade: "lutei durante 40 anos de minha vida e quando eu completar 70 anos estarei parando para viver a vida e aproveitar um pouco do que conquistei", porém com 69 anos de idade o mesmo recebeu um diagnóstico de câncer , e faleceu 2 meses depois de completar os 70 anos de idade.
Bem amigos uma história comovente, porém corriqueira e real, pois muitas pessoas não conseguem aproveitar suas vidas devido à postergação dos seus planos, fora isso nossas escolhas muitas vezes nos são cobradas à medida que o tempo vai passando.
Busque o equilíbrio e saiba que o SER é muito mais importante do que o TER.
Carlos Eduardo Balcarse - Psicanalista

Nenhum comentário:

Postar um comentário