quinta-feira, 25 de abril de 2013

A Psicoterapia de grupo e o Psicodrama

A psicoterapia de grupo é um método que trata conscientemente, as relações interpessoais e os problemas psíquicos de vários indivíduos de um grupo dentro de um quadro científico empírico. Trata-se de uma metodologia clínica desenvolvida sistematicamente, onde empreende o tratamento de problemas psíquicos e sociais dos membros do grupo. Constitui um método baseado em pesquisas empíricas, utilizado dentro de um quadro empírico.


O termo terapia de grupo é usado quando os efeitos terapêuticos são secundários, sem o consentimento explícito dos membros de serem tratados, e sem um plano científico. Já o termo psicoterapia de grupo é utilizado quando a meta única de imediata é a saúde do grupo e de seus membros e quando esta meta é atingida através de métodos científicos, como análise, diagnóstico e prognóstico.


Encontro significa que duas pessoas não apenas se reúnam, mas que elas se vivenciem e se compreendam cada uma com todo o seu ser. Os participantes fazem parte do grupo, pois estão no lugar que escolheram estar.



A psicoterapia de grupo depende para se obter êxito de seus próprios participantes, pela força do grupo. Aqui o paciente não é tratado separadamente, mas sim no contexto natural em que se encontra. Permitindo uma análise direta de sua situação na vida.


O objetivo da psicoterapia de grupo é: favorecer a integração em face das forças incontroladas que o cercam; favorecer a integração do grupo. A principal regra desta psicoterapia é manter a interação livre e espontânea.


A situação do indivíduo modifica-se quando há uma alteração de conjunto na constelação do grupo. Cada grupo tem uma estrutura oficial e uma estrutura sociométrica.


No decorrer dos atendimentos surgem dois tipos de catarse, a primeira é a catarse de grupo, a qual é caracterizada por uma integração, é resultante da interação cooperante dos membros do grupo. E a segunda é a catarse de ação, onde é caracterizada por uma ação espontânea.

Para a constituição de um grupo é mais favorável que seja um grupo misto, que abranja os dois sexos, velhos e jovens, ou seja, uma miniatura da sociedade em que o indivíduo vive. Indica-se que o sujeito não participe de outro tipo de terapia individual junto com o a psicoterapia de grupo.

O terapeuta tem como prioridade a produtividade terapêutica e a estabilidade do grupo, ele precisa estar preparado para auxiliar outros indivíduos. Porém o terapeuta também é um membro do grupo, ele desempenha dois papéis, e torna-se então a pessoa mais vulnerável. Ele não vem ao grupo com um plano ou hipótese definidos, tudo se desenvolve como na vida, com incertezas, tensões, animosidades e etc.

A esperança do paciente em ter um herói-terapeuta é o que normalmente marca o início de um tratamento, mas se a incongruência entre a expectativa do paciente e a realidade for muito grande, a relação terapêutica não irá desenvolver. 

A psicoterapia de grupo tem três pontos de vista essenciais: o sujeito (participantes do grupo ou o grupo), o agente (forças atuantes que estão na base da terapia) e o veículo (meios pelo qual o agente influencia o sujeito da terapia).

Cada sessão de psicoterapia de grupo é única e impossível de se repetir. O primeiro encontro dos membros com o terapeuta é decisivo. Observando vários grupos foi possível perceber que a forma em que os membros se disponibilizam na sessão tem um significado terapêutico. Durante as sessões cresce a integração psíquica do grupo através da fusão dos seus membros. Com a integração dos membros do grupo cresce a coesão grupal.

O psicodrama chega mais próximo à realidade do dia a dia. As pessoas produzem diálogos verdadeiros e dramas vivenciados entre duas ou diversas pessoas. O grupo não visa redescobrir vivências do passado, mas sim o aqui e agora.

Cada grupo tem uma estrutura mínima desde o momento do primeiro encontro. Um processo de atração e rejeição realiza-se, em relação ao terapeuta e também aos membros.

São as estruturas de tele que dão ao grupo a estabilidade e durabilidade, quando estas estão em maioria, quando estão em minoria a transferência diminui a coesão do grupo e influencia a sua durabilidade.

A diferença entre psicoterapia de grupo e psicodrama está relacionada que a primeira discute e analisa as relações entre os membros, já no psicodrama surge a própria vida no lugar das discussões e análises.


Bruno A. P. de Sant'Ana
Psicólogo
Central do Trabalho RH


Referência bibliográfica

MORENO, J. L. Psicoterapia de Grupo e Psicodrama: Introdução à teoria e à praxis. São Paulo, SP: Mestre Jou, 1975.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

REVISTA EMPREGO ENTREVISTA - ANA MARIA DIRETORA DA CENTRAL DO TRABALHO RH




Postura e Adequação nas Entrevistas de Emprego

                                         

Para as empresas, selecionar candidatos para ocupar as diversas vagas disponíveis, não é tarefa fácil. Além das atribuições curriculares como a formação, experiência, conhecimentos técnicos e vivência na área à qual está pleiteando a vaga, a empresa deverá avaliar o perfil comportamental, ou seja, as habilidades e capacidades demonstradas pelo candidato durante as etapas do processo seletivo.

Além das observações dos entrevistadores, existem ferramentas que avaliam estas habilidades e que podem garantir a assertividade na nova contratação, pois o novo colaborador deverá estar alinhado à cultura e valores da empresa e demonstrar que possui as competências necessárias para fazer parte do time.

Portanto, um processo seletivo pode contemplar várias etapas, desde a realização de entrevistas e testes de avaliação com profissionais da área de Recursos Humanos às avaliações dos contratantes (coordenadores, supervisores, gerentes e diretores).

Diferentemente dos modelos adotados pelas empresas no passado, que valorizavam o perfil técnico do profissional e sugeriam um plano de carreira ao longo dos anos, hoje as  empresas buscam  profissionais que demonstrem a capacidade de trazer resultados e solucionar problemas com sucesso no dia-a-dia de trabalho. Por esta razão os processos seletivos estão cada vez mais complexos e necessitam do apoio de consultores especializados na área, uma vez que o perfil comportamental, ou seja, as habilidades individuais demonstradas equivalem-se ou mesmo superam a capacidade técnica.
 
Para o candidato, o momento da entrevista representa o fator de  maior impacto na decisão da empresa para sua contratação, devendo observar algumas regras básicas.

Falar mais que o entrevistador, interrompê-lo ou fazer colocações fora de hora, prejudicam sua performance na entrevista. Falar de menos, para evitar erros ou por timidez, não aproveitando a oportunidade para mencionar fatos relevantes, diminuem sua vantagem sua competitiva com relação aos demais candidatos.

Desvalorizar a empresa anterior, superiores ou colegas, causa péssima impressão ao entrevistador, demonstrando sentimentos negativos como mágoa e ressentimentos.


Da mesma forma, valorizar demais a empresa anterior, superiores e ex-colegas, pode transmitir a ideia de uma possível frustração, ou dificuldades para aceitar novas situações.

Mostrar exagerada preocupação com salário e benefícios, no momento da entrevista pode indicar uma preocupação maior com ganhos em detrimento à oportunidade oferecida.

Deixar o celular ligado, mostrar desinformação à respeito da empresa ou chegar atrasado para a entrevista, são fatores relevantes no processo e que podem levar à eliminação do candidato. 

Se todas estas regras básicas forem observadas, ainda sim, não há garantia de sucesso total no processo, pois é preciso que a apresentação  do candidato seja totalmente adequada.

A roupa deve ser discreta, elegante, capaz denotar  cuidado e profissionalismo.
Uma candidata que pleiteia uma vaga de staff e se apresentar usando uma roupa diferente, provocante, maquiagem carregada ou  acessórios estranhos, causa má impressão.

O mesmo acontecerá para o homem que se apresentar desalinhado, com a barba para fazer ou usando um tênis, para concorrer a uma vaga na área Comercial da empresa.

Também é preciso manter uma boa comunicação corporal que denote segurança.

É importante olhar nos olhos do entrevistador e evitar gestos repetitivos ou nervosos, como cruzar e descruzar os braços ou mexer em objetos que estão sobre a mesa.

Não devemos esquecer que o candidato está sendo avaliado desde o primeiro momento em que é contatado pela empresa, inclusive ao telefone. Portanto, mostrar descortesia ou arrogância com o porteiro ou recepcionista no dia da entrevista,  refletirá, negativa e inevitavelmente na avaliação geral.

Ana Maria Ramos
Consultora
CENTRAL DO TRABALHO Recursos Humanos