quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Marcas que a vida nos deixa






Esta semana assisti a um filme que me fez pensar na minha infância e na da maioria das pessoas. O filme chamava-se Foca Dourada e se referia à história de uma família que vivia em uma ilha longe de tudo que fizesse menção à palavra civilização, isolaram-se do mundo por dificuldade de convivência. 


 De tempos em tempos, iam até a cidade na busca de alimentos que trocavam por salmão que haviam pescado. A cada ida à cidade tinham a confirmação que deviam viver isolados. A forma de viver das pessoas não condizia com seus princípios de vida, pois estas falavam determinadas coisas e agiam de maneira diferente.

 Este casal tinha um filho e ali eram passados comportamentos rígidos do tipo: aqui só se mata o que se come; não há possibilidade de fazer mal a nenhum ser indefeso; o ser humano é no universo a criatura mais importante e merece atenção e respeito e acima de tudo muito amor. E assim viviam com suas lições diárias, onde o filho aprendia e tinha o pai como um herói, mas...

Tem sempre um mas... ali havia também um segredo por trás de toda aquela pregação e eis, então, a primeira marca que iria ser deixada na vida do filho.

 O real motivo de morarem em tal ilha era a busca por uma foca dourada porque a pele valia muito. Matar esta foca e vender sua pele poderia representar uma vida segura para sempre.

 Em um dia de tempestade, o filho se perde, pois uma ponte, a qual fazia uma ligação com uma parte de rochedos, rompe-se e o filho tentando outros caminhos não consegue voltar para casa. O casal se desespera durante toda a noite e, no dia seguinte, sai à procura do filho. O menino havia naquela noite terrível se abrigado em uma caverna e encontrado a tal foca dourada que a seu lado tivera um filhote.

 No dia seguinte, o filho tenta ir em busca da família e já no encontro com os pais descreve entusiasmado o que ocorrera naquela noite. O pai olha para mãe que também sabia do segredo da busca pela foca dourada e pede ao filho que lhe mostre onde está a tal foca de pele dourada raríssima. Chegando ao local, o pai logo pega a arma para matar o animal; o filho desesperado impede o pai de matar o bicho e, em segundos, questiona tudo que o pai havia lhe ensinado. Você está indo contra tudo que me ensinou... que referência de vida posso ter? Você me disse que nunca poderíamos matar o que não fôssemos comer e você vai matá-la para fazer dinheiro.

O pai espantado olha para o filho e lhe pergunta como ele sabia que a foca poderia render dinheiro. Ele responde, então, que ouvira comentarem na cidade e que conhecia toda a história da foca dourada, mas que tinha certeza que, por tudo que havia aprendido, o pai agiria de maneira diferente. 

No final, o pai acaba junto com o filho protegendo o animal do ataque de outros caçadores, mas quase que aqui se instalou uma marca na vida do filho, caso o pai tivesse matado o animal.

 A grande maioria dos problemas de relacionamentos é provocada pelos sentimentos e pelos pensamentos ocultos em nosso subconsciente. Esses pensamentos e sentimentos não resolvidos provocam conflitos em sua vida e estes não permitem que você tenha um relacionamento saudável com outra pessoa. Todas as situações de rejeição, abandono, de dissonância entre verbo e ação, de objetivos não claramente definidos, precisam ser trazidos à luz da consciência. Em outras palavras, é necessário que você cure e elimine as marcas que a vida lhe deixou. Somente assim poderá tornar-se um ser pleno.

 Essas marcas que a vida lhe deixou, ou bloqueios, como energeticamente chamamos, quando encarados, perdem a força. Mas, enquanto a pessoa está inconsciente da sua existência, eles detêm o controle e forçam a agir sob a sua influência, mesmo que ela não saiba o que está fazendo e por que. Neste exato momento de não reconhecimento, a negatividade se instala em sua vida, pois passa a crer que o problema é você!

 Se neste momento, você se sente só ou em um relacionamento em conflito, tenha absoluta certeza que existe alguma marca em sua vida precisando ser eliminada para que você energeticamente passe a atrair pessoas e situações que possam lhe trazer alegria e felicidade.
 Este filme me fez pensar no que recebemos em nossa infância, porque, na grande maioria dos casos, as crianças muito raramente recebem suficiente amor maduro e bondade. Elas continuam a ansiar por ele durante toda a vida, choram de maneira inconsciente pelo que não tiveram na infância.

Muitas das situações repetitivas que vivemos no campo afetivo se traduzem na tentativa de reproduzir situações da infância e tentar corrigi-las.

 Quando dois seres inteiros e maduros se encontram promovem uma fusão Divina, onde a satisfação, o êxtase e a felicidade se concretizam, criando novos valores e acima de tudo um crescimento espiritual pleno, onde não há espaço para o sofrimento.

Maria Isabel Carapinha 

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