quarta-feira, 2 de maio de 2012

Psicologia Organizacional




      A Psicologia Organizacional muitas vezes é vista e entendida erroneamente como sendo uma ferramenta do gerenciamento de pessoas dentro de organizações, que está na empresa para otimizar o serviço e distribuir salário, que no caso caberiam à logística e à administração, também.


      A organização é um organismo que está vivo, é suscetível a mudanças, nasce e morre. Possui características e particularidades, além de uma estrutura complexa e com sua própria dinâmica. O profissional da psicologia organizacional é o agente capaz de diagnosticar, analisar, propor intervenções e alcançar êxito a ponto de transformar a cultura de uma organização, por exemplo.

         As empresas, diante de intensa competitividade, encontram-se de frente a um grande desafio para poder gerar riquezas, crescer no mercado e ter seu produto/serviço reconhecido.

        O mundo moderno dos negócios é marcado pela complexidade e pelo particularismo. O desenvolvimento de tecnologias e a necessidade de mudanças rápidas e profundas na organização da empresa no desenvolvimento do trabalho produtivo exigem posturas diferenciadas, agressivas.

         Para vencer os desafios do dia a dia no mundo do mercado se faz necessário implementar programas em todos os ramos da administração:  no planejamento estratégico, na produção, nas finanças, na logística, no comportamento organizacional e na gestão de pessoas.

     Para aumentar os lucros as empresas destinam o foco no comportamento do cliente (mercado), no comportamento da própria empresa e no comportamento dos colaboradores. A forma de estruturar o poder nas organizações se modificou ao longo dos anos e as empresas foram forçadas a repensar praticamente todos os princípios da sabedoria gerencial. Elas costumavam se orgulhar do tamanho de sua sede e de sua folha de pagamento. Hoje estão alugando os espaços em suas sedes e reduzindo o quadro de funcionários.

        As organizações já foram vistas como sendo somente um sistema fechado onde a distribuição de autoridade e responsabilidade era verticalizada através de estruturas rígidas. Existem outros tipos de sistemas atualmente onde, por exemplo, visam a especialização do trabalho e distribuição do poder através da hierarquia linear. O fundamento do sistema fechado, a partir da imposição hierárquica, é o total controle do comportamento administrativo.

         Atualmente as empresas passaram a ser vistas como sistemas onde existe interação entre os ambientes de trabalho, onde a informação e o conhecimento são entendidos como recursos para a tomada de decisões.

        A participação de todos os colaboradores no processo decisivo faz com que eles se comprometam com o resultado desejado, pois para o trabalhador é transferida parte da responsabilidade do sucesso ou fracasso da empresa. O fundamento dessa linha de administração, a partir da redução dos níveis hierárquicos e da terceirização do trabalho, é a aceitação de uma visão menos estática ou estagnada da estrutura organizacional.

Contemporaneamente, a organização é tida como um sistema aberto onde os fatores externos são molas propulsoras da mudança interna, no comportamento organizacional. O controle dos comportamentos administrativos é atingido na tecnologia, na informação e na comunicação. A estrutura é um recurso dinâmico, muda a partir das estratégias estabelecidas e da influência do ambiente externo.

Antigamente, mais precisamente em boa parte do século XX, as companhias eram geridas com base no controle e no comando, a gestão de pessoas era voltada às tarefas e à avaliação de desempenho, analisando o quanto o empregado produzia. Os funcionários, por sua vez, acreditavam que, se fossem fiéis a empresa, teriam salário garantido e estabilidade no emprego. Numa relação assim os valores do colaborador ou do empregador pouco importavam.

Nos últimos vinte anos, com a globalização, as fusões e aquisições, o colaborador passou a querer mais do empregador, o que vai além do salário e da estabilidade. É possível perceber atualmente que os funcionários procuram pelo desenvolvimento pessoal, pelo desenvolvimento de carreira, pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional, pelo ambiente de trabalho e por último o salário. A lógica não é mais a do emprego perpétuo, que aprisiona, mas de ciclos de desenvolvimento, saindo da estagnação, e perduram enquanto a pessoa se sentir engajada. E esse engajamento acontece numa outra ordem, na dos valores.

Os valores definem as escolhas dos indivíduos e se traduzem na rotina pelo comportamento. Quando uma pessoa trabalha numa corporação com os mesmos valores que os dela, as decisões fluem e as tarefas saem mais facilmente. O resultado é que ela produz mais e melhor. 

Bruno Alberto Pereira de Sant’Ana, psicólogo da Central do Trabalho RH

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