A Psicologia Organizacional muitas vezes é
vista e entendida erroneamente como sendo uma ferramenta do gerenciamento de
pessoas dentro de organizações, que está na empresa para otimizar o serviço e
distribuir salário, que no caso caberiam à logística e à administração, também.
A organização é um organismo que está vivo, é
suscetível a mudanças, nasce e morre. Possui características e
particularidades, além de uma estrutura complexa e com sua própria dinâmica. O
profissional da psicologia organizacional é o agente capaz de diagnosticar, analisar,
propor intervenções e alcançar êxito a ponto de transformar a cultura de uma
organização, por exemplo.
As empresas, diante de intensa
competitividade, encontram-se de frente a um grande desafio para poder gerar
riquezas, crescer no mercado e ter seu produto/serviço reconhecido.
O mundo moderno dos negócios é marcado pela
complexidade e pelo particularismo. O desenvolvimento de tecnologias e a
necessidade de mudanças rápidas e profundas na organização da empresa no
desenvolvimento do trabalho produtivo exigem posturas diferenciadas,
agressivas.
Para vencer os desafios do dia a dia no mundo
do mercado se faz necessário implementar programas em todos os ramos da
administração: no planejamento
estratégico, na produção, nas finanças, na logística, no comportamento
organizacional e na gestão de pessoas.
Para aumentar os lucros as empresas destinam
o foco no comportamento do cliente (mercado), no comportamento da própria
empresa e no comportamento dos colaboradores. A forma de estruturar o poder nas
organizações se modificou ao longo dos anos e as empresas foram forçadas a
repensar praticamente todos os princípios da sabedoria gerencial. Elas costumavam
se orgulhar do tamanho de sua sede e de sua folha de pagamento. Hoje estão
alugando os espaços em suas sedes e reduzindo o quadro de funcionários.
As organizações já foram vistas como sendo
somente um sistema fechado onde a distribuição de autoridade e responsabilidade
era verticalizada através de estruturas rígidas. Existem outros tipos de
sistemas atualmente onde, por exemplo, visam a especialização do trabalho e
distribuição do poder através da hierarquia linear. O fundamento do sistema
fechado, a partir da imposição hierárquica, é o total controle do comportamento
administrativo.
Atualmente as empresas passaram a ser vistas
como sistemas onde existe interação entre os ambientes de trabalho, onde a
informação e o conhecimento são entendidos como recursos para a tomada de
decisões.
A participação de todos os colaboradores no
processo decisivo faz com que eles se comprometam com o resultado desejado,
pois para o trabalhador é transferida parte da responsabilidade do sucesso ou
fracasso da empresa. O fundamento dessa linha de administração, a partir da
redução dos níveis hierárquicos e da terceirização do trabalho, é a aceitação
de uma visão menos estática ou estagnada da estrutura organizacional.
Contemporaneamente, a organização é tida como
um sistema aberto onde os fatores externos são molas propulsoras da mudança
interna, no comportamento organizacional. O controle dos comportamentos
administrativos é atingido na tecnologia, na informação e na comunicação. A
estrutura é um recurso dinâmico, muda a partir das estratégias estabelecidas e
da influência do ambiente externo.
Antigamente, mais precisamente em boa parte
do século XX, as companhias eram geridas com base no controle e no comando, a
gestão de pessoas era voltada às tarefas e à avaliação de desempenho, analisando
o quanto o empregado produzia. Os funcionários, por sua vez, acreditavam que,
se fossem fiéis a empresa, teriam salário garantido e estabilidade no emprego.
Numa relação assim os valores do colaborador ou do empregador pouco importavam.
Nos últimos vinte anos, com a globalização,
as fusões e aquisições, o colaborador passou a querer mais do empregador, o que
vai além do salário e da estabilidade. É possível perceber atualmente que os
funcionários procuram pelo desenvolvimento pessoal, pelo desenvolvimento de
carreira, pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional, pelo ambiente de
trabalho e por último o salário. A lógica não é mais a do emprego perpétuo, que
aprisiona, mas de ciclos de desenvolvimento, saindo da estagnação, e perduram
enquanto a pessoa se sentir engajada. E esse engajamento acontece numa outra
ordem, na dos valores.
Os valores definem as escolhas dos indivíduos
e se traduzem na rotina pelo comportamento. Quando uma pessoa trabalha numa
corporação com os mesmos valores que os dela, as decisões fluem e as tarefas
saem mais facilmente. O resultado é que ela produz mais e melhor.
Bruno Alberto Pereira de
Sant’Ana, psicólogo da Central do Trabalho RH
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