quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Andanças






Antigamente, para averiguarmos se um candidato era bom, um dos indicadores era quanto tempo permanecia na mesma empresa. Esse indicador ainda é utilizado, mas com muita cautela, análise e questionamentos.


Não estamos falando do profissional que adora ser leiloado, que não apresenta comprometimento e nem adaptabilidade, estamos falando do profissional que por ser mais proativo e competente do que seu superior sofre por isso. E quando esse profissional possui ambição, autoestima, ele se submete por um período de tempo, lutando para que alguém veja a situação e o socorra. Infelizmente isso é raridade. O profissional com o tempo vira “soldadinho de chumbo” ou cai fora.

Milhões são gastos em palestras de motivação, para que o profissional desesperado se acalme por um período de tempo, para que ele não desanime, não parta, mas nada é feito em termos de organograma de hierarquia. Nada é feito em termos de avaliação de competência, de custo benefício de profissionais. Desculpe, há empresas que fazem sim, mas só para “fechar” com as exigências da ISO ou sindicatos, fica no papel. Não há ação efetiva.

E os “soldadinhos de chumbo”? Ah! Boa pergunta! Esses que por tempos buscaram ser proativos, criativos, e foram bloqueados, cerceados e que por razões diversas, como por exemplo, possuírem famílias para sustentar, contas para pagar, se submeteram as condições de seus líderes ou da cultura da empresa a qual estavam inseridos, não arriscaram sair, e agora são submetidos a cursos e treinamentos de proatividade, pois são reativos, de liderança por não saberem liderar, de negociação, porque não adquiriram “ginga”, entre outros tantos, e eu pergunto, por que será? Alguém tem alguma idéia?

Muitos reclamam da geração Y. Eu acredito nela. Essa geração vai dar um trabalho tão grande às empresas, que terão que rever a pirâmide de hierarquia e provocar mudanças de cima para baixo e jamais ao contrário como insistem em fazer.

Hoje quando analiso um currículo onde percebo andanças, não julgo. Questiono.


Carla Tambellini 

coach e facilitadora da Central do Trabalho RH

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